Porque tanto eu olho para trás

Na tentativa de buscas resposta eu me vejo vestindo os sapatos vermelhos e seguidos por uma estrada de tijolos dourados que me levam ao passado.

Eu não sei porque mas passado sempre foi meu lugar de referência, tudo que eu aprendo é olhando para trás, é buscando conforto no que eu já sei e no que é familiar.

As memórias tomam todas um lugar especial e tudo aquilo que foi construído vai tomando aquele ar de especial, até mesmo o que tava longe de ser bom. Em compensação o que um dia foi bom toma um caráter tão grande que fica difícil não revisitar.

De alguma forma, toda vez que eu retorno essa estrada e resolvo buscar o conforto no passado as lombadas parecem maiores e o caminho que antes eu segui vejo com mais dificuldade ainda a capacidade de retornar.

Eu não me dou por vencido e tento, a cada vez me segurando ao que sobrou e tentando juntar partes de um inteiro que não se constitui mais assim

É difícil retornar a velhos momentos, a possibilidades, a realidades, a antigos beijos, a conhecidos sujeitos. Embora confortável a memória e os momentos eternizados, o voltar para o mesmo lugar parece vazio, triste como uma árvore seca.

Mas porque eu olho tanto para o passado? Meu lado consciente que já leu e viu e ouviu inúmeros conteúdos ligados a apego emocional e a temas do tipo sabe todas as respostas na ponta da língua, o medo de enfrentar o novo e rejeição me devolvem a um lugar onde eu busco me sentir bem como me sentia antes, ou seja eu sempre me volto ao passado.

Só que o que fazer quando na há beleza no que sobrou, quando o familiar não é mais acessível e quando você não pode contar com isso pra se sentir bem? A simplicidade com a qual focar no presente apareceu na minha mente faria minha terapeuta me aplaudir de pé, mas só eu e minha consciência sabemos que não é tão fácil assim.

Numa busca cansativa por novas respostas e novos resultados eu entro nesse ciclo vicioso de sempre recorrer a uma sensação ou algo provido por alguém que foi bom pra me sentir vivo de novo. E nessa uma confusão de sentimentos tomam conta e eu esqueço, até cair nas mesmas lombadas de novo.

Eu não aguento mais
Mas eu quero e preciso de mais
Mas não é no passado que eu encontro paz
E nada disso me satisfaz…